A fina parede de vidro
Por George Loez
Sentia protegida do mundo entre aquelas quatro paredes ,não sei porque procurei me isolar,ou quem sabe o mundo preferiu assim.
Mas independente de quem quer que tenha tomado a atitude, era eu que estava lá, trancada naquele cofre, com o segredo em minhas mãos,
“A chave”
Além da porta que me separava de tudo, havia o medo. E uma misteriosa cortina vermelha pendurada na parede, que dava uma indicação de “não ultrapasse” e eu respeitava aquela advertência.
Era como se fosse um metafórico semáforo com o único sinal de pare! E eu sempre muito cautelosa em relação aos meu temores, nunca avancei, andava de um lado para o outro daquele pequeno quarto como se caminhasse em uma curta e pequena ilha afastada de tudo.
Acostumei a estar no meu mundo, mesmo sendo daquele tamanho, me sentia de certa forma sufocada, mas totalmente segura, a porta nunca era invadida por ninguém, porque a deixava sempre trancada por precaução, podia algum individuo mais abusado tentar adentrar meu domínio. Não sei quando foi que escolhi aquele minúsculo lugar como meu abrigo.
Meu leito era meu descanso de um dia para o outro, e meu travesseiro era aquele algo mais que eu deixava aproximar, uma forma que criei para sentir acalentada, mesmo por aquele inanimado ser que criava vida apenas com meus movimentos.
Se nele existisse uma fagulha de pensamentos saberia tudo! O toque do cobertor também era aceitável pelo meu ser.
A única coisa intrigante, que me chamava muita atenção, e estava para superar os meus medos dentro daquele mundo, era o depois da cortina, comecei aproximar, talvez por estar sempre fechada, apenas uma minúscula fresta existia pelo encontro de suas frágeis abas, que deves enquanto pareciam se mexer, talvez algum micro sopro vindo de fora fizesse isto, para chamar minha atenção para aquele ponto do quarto.
Até que um dia aconteceu. O metafórico semáforo em minha mente pareceu abrir, me aproximei com o máximo de cautela, cheguei o mais perto possível, até conseguir apalpar o tecido, senti sua textura leve e totalmente frágil, aquela esquecida e intocável cortina, integra até aquele momento.
A minha curiosidade foi enorme, conseguiu ultrapassar todos os meus medos, decidi abrir, e para meu espanto me deparei com algo indescritível, percebi uma fina parede de vidro.
A principio me assustei, pois antes tudo indicava que aquele quarto era impenetrável, até perceber que existia algo mais frágil do que a cortina e eu, a tal fina parede, ela sentia meu respirar, pois embaçava toda vez que eu ousava chegar mais perto, resolvi arriscar e então; encostei em sua estrutura de fria temperatura, como se não houvesse vida, sua transparência era o que mais me encabulava, porque o mundo estava bem na minha frente com toda sua frenética movimentação de vidas desnorteadas indo e vindo não se sabe para onde, e do lugar que eu morava via as coisas de um angulo mais alto, talvez por isto me arrisquei tanto. Notei também que aquela fina parede não possuía fechadura com alguma espécie de chave que a dominasse, tinha apenas uma singela tranca que a protegia .
Quando decidi ir além, ao abrir, um sopro veio ao encontro como quisesse me abraçar ,envolveu o meu rosto e com sua leveza parecia me beijar, eu senti um certo aroma como se fosse um perfume nunca percebido antes, meus cabelos criaram vida própria e começaram a se mexer como se algo invisível os acariciassem, senti amada e respeitada, aquele algo invisível na minha lembrança com o mundo la fora, sabia que na calma se chamava brisa, e na fúria era o vento.
Não à imaginava calma assim pois por diversas vezes a ouvi rugir e socar atrás da cortina como se quisesse invadir, mas nunca aconteceu, eram apenas falsas ameças, talvez para chamar de certa forma à atenção para o mundo la fora, vi muitas pessoas que nunca tinha visto antes, e comecei a perceber seus passos, suas conversas, suas rizadas, às vi livres, isentas de medo, então de súbito, respirei fundo, coloquei meu casaco destranquei a porta e sai.
Resolvi ser como aquelas pessoas, a sensação era incrível estando agora abaixo de onde morava, após um pouco caminhar me virei e olhei para o que parecia entender ser uma janela no meu quarto e vi a cortina vermelha se mexendo ao embalo do vento como se me chamasse de volta, apenas sorri e a ignorei, me despedi com um leve sorriso, pois iria daquele momento em diante apenas caminhar por ai, seguir meus instintos.
Olhando agora pelo lado de fora o aspecto que dava era que estava vivendo em um pequeno aquário, a diferença e que aqui eu conseguia respirar muito mais leve, como eu a muito tempo não sentira.
Do meu livro (Escultor de Frases)
(Uma resposta para o mundo)
Mas independente de quem quer que tenha tomado a atitude, era eu que estava lá, trancada naquele cofre, com o segredo em minhas mãos,
“A chave”
Além da porta que me separava de tudo, havia o medo. E uma misteriosa cortina vermelha pendurada na parede, que dava uma indicação de “não ultrapasse” e eu respeitava aquela advertência.
Era como se fosse um metafórico semáforo com o único sinal de pare! E eu sempre muito cautelosa em relação aos meu temores, nunca avancei, andava de um lado para o outro daquele pequeno quarto como se caminhasse em uma curta e pequena ilha afastada de tudo.
Acostumei a estar no meu mundo, mesmo sendo daquele tamanho, me sentia de certa forma sufocada, mas totalmente segura, a porta nunca era invadida por ninguém, porque a deixava sempre trancada por precaução, podia algum individuo mais abusado tentar adentrar meu domínio. Não sei quando foi que escolhi aquele minúsculo lugar como meu abrigo.
Meu leito era meu descanso de um dia para o outro, e meu travesseiro era aquele algo mais que eu deixava aproximar, uma forma que criei para sentir acalentada, mesmo por aquele inanimado ser que criava vida apenas com meus movimentos.
Se nele existisse uma fagulha de pensamentos saberia tudo! O toque do cobertor também era aceitável pelo meu ser.
A única coisa intrigante, que me chamava muita atenção, e estava para superar os meus medos dentro daquele mundo, era o depois da cortina, comecei aproximar, talvez por estar sempre fechada, apenas uma minúscula fresta existia pelo encontro de suas frágeis abas, que deves enquanto pareciam se mexer, talvez algum micro sopro vindo de fora fizesse isto, para chamar minha atenção para aquele ponto do quarto.
Até que um dia aconteceu. O metafórico semáforo em minha mente pareceu abrir, me aproximei com o máximo de cautela, cheguei o mais perto possível, até conseguir apalpar o tecido, senti sua textura leve e totalmente frágil, aquela esquecida e intocável cortina, integra até aquele momento.
A minha curiosidade foi enorme, conseguiu ultrapassar todos os meus medos, decidi abrir, e para meu espanto me deparei com algo indescritível, percebi uma fina parede de vidro.
A principio me assustei, pois antes tudo indicava que aquele quarto era impenetrável, até perceber que existia algo mais frágil do que a cortina e eu, a tal fina parede, ela sentia meu respirar, pois embaçava toda vez que eu ousava chegar mais perto, resolvi arriscar e então; encostei em sua estrutura de fria temperatura, como se não houvesse vida, sua transparência era o que mais me encabulava, porque o mundo estava bem na minha frente com toda sua frenética movimentação de vidas desnorteadas indo e vindo não se sabe para onde, e do lugar que eu morava via as coisas de um angulo mais alto, talvez por isto me arrisquei tanto. Notei também que aquela fina parede não possuía fechadura com alguma espécie de chave que a dominasse, tinha apenas uma singela tranca que a protegia .
Quando decidi ir além, ao abrir, um sopro veio ao encontro como quisesse me abraçar ,envolveu o meu rosto e com sua leveza parecia me beijar, eu senti um certo aroma como se fosse um perfume nunca percebido antes, meus cabelos criaram vida própria e começaram a se mexer como se algo invisível os acariciassem, senti amada e respeitada, aquele algo invisível na minha lembrança com o mundo la fora, sabia que na calma se chamava brisa, e na fúria era o vento.
Não à imaginava calma assim pois por diversas vezes a ouvi rugir e socar atrás da cortina como se quisesse invadir, mas nunca aconteceu, eram apenas falsas ameças, talvez para chamar de certa forma à atenção para o mundo la fora, vi muitas pessoas que nunca tinha visto antes, e comecei a perceber seus passos, suas conversas, suas rizadas, às vi livres, isentas de medo, então de súbito, respirei fundo, coloquei meu casaco destranquei a porta e sai.
Resolvi ser como aquelas pessoas, a sensação era incrível estando agora abaixo de onde morava, após um pouco caminhar me virei e olhei para o que parecia entender ser uma janela no meu quarto e vi a cortina vermelha se mexendo ao embalo do vento como se me chamasse de volta, apenas sorri e a ignorei, me despedi com um leve sorriso, pois iria daquele momento em diante apenas caminhar por ai, seguir meus instintos.
Olhando agora pelo lado de fora o aspecto que dava era que estava vivendo em um pequeno aquário, a diferença e que aqui eu conseguia respirar muito mais leve, como eu a muito tempo não sentira.
Do meu livro (Escultor de Frases)
(Uma resposta para o mundo)
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